A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) agendou para 11h
da próxima terça-feira (22) a apresentação do novo técnico da seleção
brasileira. Esse será o reinício da trajetória de Dunga no comando da equipe
nacional, que ele já havia dirigido entre 2006 e 2010. Escolha pouco cotada, o
comandante foi conduzido ao cargo por seis motivos.
A lista de fatores que levaram Dunga de volta ao cargo é
baseada numa combinação entre o perfil dele, o bom relacionamento com o
coordenador-técnico Gilmar Rinaldi, as exclusões de outros cotados e o
retrospecto do ex-treinador na equipe nacional.
Veja abaixo alguns aspectos que levaram a CBF a escolher
Dunga:
1 - A CBF queria um
treinador com perfil linha dura
A análise da cúpula da CBF é que a seleção que disputou a
Copa de 2014 esteve muito exposta em alguns momentos. Com autorização da
entidade, amigos e patrocinadores visitaram a concentração em muitos momentos.
Na véspera do jogo contra a Alemanha, por exemplo, havia convidados no hotel do
Brasil até 22h.
Antes de escolher Dunga, a CBF chegou a flertar com
Alejandro Sabella, técnico que comandou a Argentina na Copa de 2014. O
treinador foi assediado por José Maria Marin, presidente da entidade
brasileira, na cerimônia em que recebeu premiação pelo vice-campeonato do
Mundial.
Segundo o blog do jornalista Rodrigo Mattos, Sabella não
aceitou sequer iniciar conversa. O treinador alegou que queria descansar e
ficar com a família, e ainda disse que queria definir antes a situação com a
AFA (Associação de Futebol Argentino).
Outros nomes, como Tite e Muricy Ramalho, foram excluídos
pela CBF antes de qualquer conversa.
No caso de Tite, o veto deve-se à ligação com Andrés
Sanchez, principal adversário político de Marin e Marco Polo del Nero, que
assumirá em 2015 a presidência da CBF.
3 - Gilmar Rinaldi
tem bom relacionamento com Dunga
Apresentado na semana passada como o novo
coordenador-técnico da seleção brasileira, Gilmar Rinaldi é um dos responsáveis
pelo retorno de Dunga ao comando da equipe. O novo gestor é amigo do treinador
desde a época em que ambos eram atletas.
Gilmar era goleiro reserva da seleção brasileira na Copa de
1994, quando Dunga foi capitão do time que conquistou o quarto título mundial
da história do país. Os dois não convivem com assiduidade, mas têm boa relação
desde aquela época.
O Brasil de Dunga foi sexto colocado na Copa de 2010, pior
posição da seleção desde o nono lugar de 1990. Ainda assim, a CBF considera os
resultados como argumentos favoráveis ao retorno do treinador.
Antes da Copa, a seleção de Dunga venceu a Copa América de
2007, disputada na Venezuela, e a Copa das Confederações de 2009, na África do
Sul. Além disso, o treinador obteve uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos
de Pequim-2008.
5 - Dunga tem
experiência em Eliminatórias
A seleção brasileira terá até 2018 um ciclo muito mais
movimentado do que os últimos quatro anos. O país voltará a disputar as
Eliminatórias, e a experiência de Dunga nessa competição foi um fator que pesou
para o retorno do treinador.
Como era sede da Copa de 2014, o Brasil não precisou passar
pela qualificação. O país disputou um total de nove jogos de competição entre
os dois últimos Mundiais – metade do tamanho das Eliminatórias Sul-Americanas,
que têm 18 rodadas.
O Brasil de Dunga conseguiu nove vitórias, sete empates e
duas derrotas nas Eliminatórias para a Copa de 2010. Foi o time com melhor
campanha na América do Sul, com o melhor ataque (33 gols feitos) e a melhor
defesa (11 gols sofridos), e ainda conseguiu resultados expressivos (vitória
por 3 a 1 sobre a Argentina em Rosário, por exemplo).
6 - Dunga não é um
alvo de Romário
O ex-jogador e atual deputado federal é um dos principais
opositores da atual gestão da CBF. Na semana passada, ele atacou duramente a
escolha de Gilmar Rinaldi para o cargo de coordenador-técnico. "Só pode
ser uma destas duas coisas: sacanagem ou pegadinha", escreveu o Baixinho
em uma rede social.
Romário também fez críticas incisivas à seleção quando a
equipe era comandada por Mano Menezes, mas tem bom relacionamento com Dunga –
os dois e Gilmar foram companheiros na seleção que conquistou a Copa de 1994.
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